Apesar das conversas recentes que visavam reduzir atritos nas prisões e facilitar o tráfico de drogas e armas, o pacto informal se desfez rapidamente diante de disputas territoriais e profundas diferenças na forma de organização de cada grupo.
De acordo com fontes da inteligência policial, não chegou a haver uma aliança consolidada entre as facções. A iniciativa foi pontual, motivada por interesses estratégicos temporários, mas logo se mostrou insustentável. Um dos principais entraves foi a estrutura interna das organizações: o PCC atua sob uma hierarquia rígida, com comando centralizado e regras bem definidas. Já o Comando Vermelho adota um modelo descentralizado, no qual cada estado tem autonomia para agir de acordo com seus próprios interesses.
Essa incompatibilidade operacional tornou inviável qualquer articulação conjunta em médio ou longo prazo. A tentativa de trégua também foi abalada por desentendimentos em regiões chave, onde os dois grupos disputam o controle do tráfico.
Com o rompimento do pacto, a preocupação das autoridades de segurança é de aumento nas tensões dentro dos presídios e de uma possível escalada de violência em áreas dominadas pelas facções. Rebeliões, ataques coordenados e assassinatos podem se intensificar nos próximos meses, especialmente em estados onde a coexistência entre os grupos vinha sendo mantida com base em acordos informais e precários.
A nova fase do conflito reacende o alerta sobre o poder do crime organizado no país e os desafios enfrentados pelo sistema penitenciário e pelas forças de segurança pública.
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